Eu ia te escrever qualquer dia,
eu tinha — e tenho — um monte de coisas pra te dizer, aquelas coisas que a
gente cala quando está perto porque acha que as vibrações do corpo bastam,
ou por medo, não sei. Mas as coisas todas, externo-interno, eram muito difíceis
e escuras, eu não tinha condições de mostrar ou dar nada a ninguém que não
fosse também escuro, compreende? Eu não queria, eu não quero dar trevas,
dor, medo, solidão — eu quero dar e ser luz, calor, amparo.
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