domingo, 31 de agosto de 2014

João


Como todos os meninos 
João era apenas mais um.
The doors e maconha no carro
Sexo atrás da escola, bebidas e tatuagens escondidas da mãe. 
João não tinha pai. Era o que ele dizia por aí
mas as cicatrizes na cabeça e as marcas pelo corpo o lembravam todos os dias que ele tivera um sim. 
Não tinha mais.
É sábado a noite e os meninos querem se divertir,
Na ponte os meninos perdidos se encontravam.
E João não queria ficar em casa
Mamãe levou outro homem essa noite
Mamãe gritava do quarto.
Foi até a ponte então
Com os meninos perdidos
João tomou da vodka pra esquentar e usou cocaína pra despertar
Mas naquela noite ele não parou.
Já passava das 3h da manhã quando João levantou e caminhou até o final da ponte
O vento com cheiro de mar sussurrava pra ele que faltava liberdade.
Naquele noite ele não parou.
Sentiu o sangue escorrendo do nariz, abriu o braços, transbordou adeus pelos olhos e se jogou no mar pra se libertar.
'Ele se matou'
todo mundo gritava
E ninguém acreditava.
'Não existia sorriso maior que o dele'
Ninguém sabia o que se escondia por trás.
Nunca viram as marcas.

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