terça-feira, 26 de agosto de 2014

Left Over

Acordei durante a madrugada, não sei qual hora, muito assustada e perdida. Podia me levantar e ir ao banheiro ou beber água, podia simplesmente tentar dormir novamente, podia fazer alguma coisa normal... caso a situação fosse normal. Estava tão assustada quanto alguém que teria a pouco acordado de um terrível pesadelo. Mas... que pesadelo? Eu não tive pesadelo algum. Acordei com a pior sensação que tive em minha vida sem aparentes motivos. “Estou enlouquecendo”, foi o primeiro pensamento que me surgiu, mesmo que confusa. “Eu não posso voltar para o pesadelo! Se eu dormir, certamente voltarei. O que fazer agora?
Não tem pra onde ir e pelo resto da casa respiro fantasmas, pelos cômodos a solidão grita escandalosa por entre os papeis amassados. Poesia morta. Estou enlouquecendo. Já não escrevo mais. Não vivo mais e das pessoas apenas sinto gosto amargo. Estou enlouquecendo. Quero voltar a sentir outro gosto bom que não o teu, que me fodam e que dos meus gemidos não saia o teu nome e que o meu corpo não me faça gritar em desespero por as tuas mãos, pela tua rima, teu cabelos por entre os meus dedos. Vício, me tornei um mostro dependente de cigarros porque era o gosto que tinham os teus lábios quando me beijavam, agora fumo mais cigarros do que consigo contar. “I'm going crazy! because you left me and now there is nothing left over.

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